sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

        
            "Convém que ele cresça e que eu diminua"

A postura de João Batista quando interrogado por seus discípulos a respeito de Jesus que batizava e todos iam ao seu encontro, demonstra a humildade de seu caráter. Ao invés de sentir-se enciumado, alegrou-se com o crescimento do ministério de Jesus, ficando feliz ao saber que aquele a quem ele anunciara, iniciava seu ministério e muitos O seguiam.
            João Batista deixa um exemplo que deveria ser seguido por todos nós. Embora tenha ele sido o precursor, o responsável por anunciar a vinda do Mestre, jamais se deixou ser confundido, jamais se colocou em uma posição de superioridade pelo fato de ter vindo antes de Jesus, pelo contrário, sempre deixou claro que o Messias era Cristo, a quem não seria digno de desatar as sandálias.
            Ao invés de disputar espaço com Jesus, quando surge o Messias, João Batista sai de cena, certo de que já havia cumprido o propósito para o qual foi chamado. Ele era convicto da sua posição e em momento algum quis ocupar o lugar daquele que viria para trazer a salvação, ensinar a justiça, a misericórdia e libertar a todos do pecado e da opressão. Bom seria se todos nós aprendéssemos com a humildade de João Batista.
            Qual seria a nossa reação se estivéssemos ali no lugar de João sendo questionado pelos discípulos, creio que muitos de nós não perderíamos tempo e enumeraríamos os nossos grandes feitos também. Muitos pensariam: “eu não posso ficar atrás”.
            “O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada”. Esta foi a sábia resposta de João aos seus discípulos. Ele simplesmente reconheceu que Deus é o autor de tudo que recebemos e deixou um tremendo ensinamento para aqueles que o seguiam. E concluiu ainda com uma frase que demonstra a grandeza de sua alma: ”Convém que Ele cresça e que eu diminua”.
Ele não quis ser igual a Jesus e nem tampouco superior a Ele. Diz a Bíblia que em uma certa ocasião estava João na companhia de dois de seus discípulos e vendo Jesus passar, disse: ‘Eis o Cordeiro de Deus’. Os dois discípulos de João ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus.
Maravilhoso seria se as igrejas da atualidade seguissem o exemplo de João Batista, o que temos visto é o contrário do que ele nos ensinou. A humildade dando lugar à competitividade acirrada. Intencional ou não, o que se tem visto com freqüência é uma competição que beira ao ridículo. Pastores que se digladiam, acreditando que aqueles que os seguem são propriedades suas e que a palavra cuidar só se aplica àqueles que fazem parte da sua “tribo”. A vida do membro da outra “tribo” não lhe diz respeito.
A igreja evangélica contemporânea está carente de Joãos Batistas, basta oferecer um cargo de liderança ao irmão para conhecermos quem ele realmente é. Raríssimos são aqueles que depois de investidos em um cargo de notoriedade na igreja, mantêm-se humildes o suficiente a ponto de desaparecerem e Jesus resplandecer.
Segundo Dr. Russel Shedd  “A mais sutil tentação do mundo é a que propõe reconhecimento e aceitação ao cristão”. E ele diz mais “O poder tem uma facilidade inata de corromper qualquer líder que exerça o direito de manter controle sobre a vida dos outros”. E, é este controle que muitos almejam, até invejam. É preciso ter muito cuidado para não deixar que esse reconhecimento que é atribuído a alguns na igreja não os revista com o manto da soberba, os fazendo acreditar que são superiores aos outros.
Bom seria que quanto mais reconhecimento fosse a nós outorgado, mais nos tornássemos humildes a ponto de considerarmos os outros superiores a nós mesmos.

Liana Jacinto

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